CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1997
A fonética preocupa-se com a
descrição dos sons da fala e a fonologia com
o valor funcional que os sons têm na língua.
O ensino da fonologia nas escolas
precisa ser programado, pois é um saber gradativo. Há algumas técnicas
fonológicas que podem ser de grande
interesse para alfabetizadoras, como a noção de oposição e de
variação de sistemas.
Um som pode ter valores linguísticos diferentes ao assumir na
palavra posições distintas. Por exemplo, se substituirmos o P
de pato por um B teremos um novo significado e uma nova palavra, se eu disser KADEIRA para cadeira não
altera o significado. Repare nos
exemplo: Observer a palavra DEI trocando o EI por E produz uma palavra nova D. Ao trocar um som por outro estamos
fazendo o que se chama de TESTE DE COMUTAÇÃO. Essa é uma maneira
de descobrir se um som tem valor distintivo de palavras ou não.
Os testes de comutação são
reveladores de funções linguísticas e de valores fonológicos, isso se dá porque
a linguagem humana é montada essencialmente com unidades chamadas de SIGNOS. Um signo linguístico é a união
do SIGNIFICADO com o SIGNIFICANTE , ou seja, da ideia com o
sons da fala. A palavra CASA tem um significado – moradia, e um
significante KAZA. A ideia da coisa
material ou não é verbalizada.
Nesse sentido os linguistas
apontam que a linguagem se articula em dois eixos: sucessão e ocorrências:
SUCESSÃO – SINTAGMÁTICO – O SIGNIFICADO É REPRESENTADO POR SONS
OCORRÊNCIAS – PARADGMÁTICO – O SIGNIFICADO É REPRESENTADO POR SONS POSSÍVEIS
O teste de comutação joga com
esses eixos, para descobrir, através da montagem de signos linguísticos, quais
sons distinguem as palavras ou não.
Os sons que distinguem as
palavras são chamados de FONEMAS.
Quando dois sons comutados não distinguem palavras, os dois estão em variação e
representam um único fonema, por exemplo,
SELU – SELO, ZELU – ZELO, KASA-CASA,
ASFAUTU-ASFALTO
Sabendo que no português há palavras que uma letra pode alterar todo o
significado do signo. E fonemas que na fala tem sons muito próximos. É importante que o docente alfabetizador saiba
que nem todo “erro “ ortográfico é originário da falta de habilidade do
aprendiz, é preciso levar em conta que
falamos de um jeito e escrevemos de
outro, e essa descoberta pode demorar certo tempo, por isso as escolas
pública são organizadas em ciclos, o primeiro ciclo que são 3 anos, é
totalmente voltado para alfabetização gradual, no final do 3º ano espera-se que o discente já
tenha desenvolvido algumas capacidades ortográficas
ótimo!
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