Kelly Amaral de Freitas
NOTA: Essa postagem foi produzida a partir das leituras de Carlos Cagliari e o Caderno de Alfabetização do Ceale Nº2.
Quando
a criança está no inicio do processo de alfabetização é muito comum que alguns
"erros" e dúvidas sobre com qual letra escrever determinadas
palavras.
Será com S, com dois SS, com C ou Ç,
ou será Z?
Na verdade o que acontece é que a
crianças recém-iniciadas na cultura escrita, não apresentam ainda um repertório
diversificado e amplo de palavras. Sua memória visual ainda não está
"recheada" de diversidade léxica.
O que nos preocupa nessa fase da
vida estudantil é o que alguns educadores fazem com esses "erros".
Pois há muitas crianças rotuladas em escolas como portadoras de dificuldade de
aprendizagem da escrita, mesmos sendo ainda muito pequenas.
Nesse momento é imprescindível que o docente recorra a ortografia, mas não para normatizar as escritas e encher a cabeça das crianças com regras cultas.
Quem
é que já leu na gramática alguma regra sobre quando usar Z ou S, C ou Ç, D ou
T...
Essas letras apresentam sonoridades similares, a criança fala a palavra e escreve do jeito que pensar.
Cosinha invés de cozinha, tetergente invés
de detergente. ,
Nesse sentido apontamos para um
detalhe que todo educador precisa ter esclarecido, a fala influência na
escrita, principalmente nos primeiros anos da alfabetização. Logo, é preciso
que seja feito uma identificação de palavras chaves ou palavras geradoras ( ver
postagem sobre palavras geradoras de Paulo Freire) que possam causar confusão
cognitiva nas crianças. Atividades como ditados, leituras, escritas, completar
com letras faltosas, são de grande proveito. Montar portfólio, caderno da
turma, agenda de trabalho, escrever cartas, é importante para que os aprendizes
se habituem a escrever bastante. Variando e aumentando o repertório de
palavras, para que no fim de tanto escrever e de tantos ler, possam "de-cor"(ar)
visualmente as palavras e suas respectivas grafias corretas.
Dessa
forma mais do que apresentar uma gramática prescritiva o educador estará
despertando escritores e leitores,
aptos a estranhar "escorregões" ortográficos. Além disso, é muito
produtivo que as crianças sejam leitores de si mesmas: ESCREVER - RELER - LER EM VOZ ALTA - PERCEBER O ERRO - TRANSCREVER.
Esses exercícios pode ser um hábito, não apenas da cultura escolar, mais da
própria vida.
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