26 de junho de 2012

LINGUÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Rodolfo Ilari (Unicamp)

           
As primeiras reflexões de um linguista brasileiro sobre o ensino da língua estão contidas em um ensaio de Joaquim Mattoso Câmera Jr, em 1957 cujo titulo “Erros de Escolares como Sintomas de Tendências do Português no Rio de Janeiro". Nele se afirmava que muitos erros na fala e na escrita dos alunos do ensino fundamental e médio, nada mais eram do que inovações pelas quais estavam passando a língua portuguesa. Sendo assim Mattoso Câmara recomendava que os professores tomassem a situação linguística então vigente no Brasil como base o ensino da língua materna.

Nesse contexto dos anos de 1950 a mensagem de Mattoso era inovadora, baseada uma nova ciência- a Linguística e se coloca nova no campo pedagógico, uma vez que a chamada “democratização do ensino” ingressava crianças e adolescentes de classes populares ao ensino, antes então fortemente elitizada. A Linguística brasileira foi uma disciplina extremamente dinâmica: pois criou-se uma nova figura de pesquisador profissional da linguagem- o linguista, que acabou assumindo tarefas antes de responsabilidade da gramatica e filólogo. Com isso levou a multiplicar as maneiras de pensar a língua e seu estudo. E também serviu de suporte para a assimilação de uma série de teorias sobre fenômenos em que a língua se envolve: a cognição, a capacidade humana de agir e interagir, todo tipo de ação pedagógica, etc.

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